A imagem mostra as simulações do ATERUI II (na parte superior) e as observações reais realizadas com o ALMA (na parte inferior). À esquerda, podemos ver o início da migração planetária, com o anel de gás e poeira mais externo a formar-se. No centro, vemos o segundo anel a formar-se e, à direita, o primeiro anel desaparece, restando apenas o segundo. Crédito: Kazuhiro D. Kanagawa, ALMA(ESO/NAOJ/NRAO).

Uma das razões para haver anéis e lacunas (intervalos vazios) nos discos de gás e poeira que rodeiam as estrelas jovens é que podem estar a formar-se planetas. Se isto for verdade, então por que é raro encontrar planetas associados a estes anéis?

Os astrónomos descobriram que, depois de criar um anel, um planeta pode afastar-se e deixá-lo para trás. Novas simulações realizadas por um supercomputador mostraram que um planeta “em trânsito” pode criar muitos padrões que observamos nos discos e nuvens de poeira próximos a estrelas jovens.

O ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) observou diferentes padrões destes anéis e lacunas. Os astrónomos pensam que os efeitos da gravidade devidos à formação de planetas nestes discos podem ser uma forma de explicar estas estruturas, porém, ainda não têm provas suficientes para o poderem confirmar.

Uma equipa de investigadores usou o supercomputador ATERUI II do Observatório Astronómico Nacional do Japão para simular um planeta “a afundar-se” ou a afastar-se do local onde se formou. O planeta deixou para trás um anel e algo curioso aconteceu: no início, o anel parecia intacto enquanto o planeta se movia para dentro (aproximando-se da estrela), mas depois começou a deformar-se até que um segundo anel se começou a formar no local para onde o planeta se moveu. E então o primeiro anel desapareceu, ficando apenas o segundo. Parece interessante!

Isto ajuda a explicar por que é tão difícil encontrar planetas perto dos anéis exteriores, ou seja, dos anéis que se formam primeiro. Os astrónomos esperam agora que novas observações os ajudem a perceber se estas simulações correspondem à realidade.

 

Facto Curioso:

A primeira imagem de um planeta a formar-se no disco protoplanetário é de 2018, quando, com a ajuda do VLT (Very Large Telescope) do Observatório Europeu do Sul (ESO), os astrónomos descobriram um exoplaneta bebé, PDS 70b, rodeado por um denso disco de gás e poeira.

 

Este Space Scoop tem por base um comunicado de imprensa NAOJ.

Tradução: Teresa Direitinho

Space Scoop original (em inglês)

 Versão portuguesa no Space Scoop

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