Conhecidas como “estrelas falhadas”, as anãs castanhas são corpos celestes que estão a meio caminho entre as estrelas e os planetas. Formam-se como as estrelas, mas são mais parecidas com os planetas gigantes. De facto, são maiores que os planetas, mas mais pequenas que as estrelas, podendo ter diâmetros semelhantes ao de Júpiter, mas com massas que podem ser até 80 vezes superiores.

(É importante dizer que estamos a falar de dimensões enormes: se Júpiter fosse uma taça cósmica gigante, precisaríamos de mais de 1300 Terras para a encher.)

Ilustração de uma anã castanha. Crédito da Imagem: NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva.

Tal como os planetas, as anãs castanhas giram em torno de seu próprio eixo, como um pião ou um patinador no gelo.

A novidade é que uma equipa de astrónomos conseguiu descobrir as anãs castanhas com a rotação mais rápida observada até agora! Estes objetos giram muito depressa, dez vezes mais depressa do que as anãs castanhas normais!

Foi com a ajuda do Telescópio Espacial Spitzer da NASA e de outros telescópios terrestres, como o Gemini Norte, no Havai, e o Telescópio Magellan Baade, no Chile, que os cientistas descobriram estas anãs castanhas, que completam uma rotação numa hora.

Pensem nisto: a Terra demora 24 horas a completar uma rotação – ou seja, um dia. Se estivéssemos na superfície de uma destas anãs castanhas, um dia inteiro duraria apenas uma hora!

As anãs castanhas são muito mais massivas que a Terra (podem ter entre 4000 e 25 000 vezes a massa do nosso planeta). E girando tão rapidamente, têm velocidades estonteantes, cerca de 350 000 quilómetros por hora, no seu equador.

A Terra já gira depressa – a aproximadamente de 1600 quilómetros por hora – mas estas anãs castanhas são cerca de 200 vezes mais rápidas!

Giram dez vezes mais rapidamente que as anãs normais da sua espécie. A equipa que realizou a descoberta concluiu que, se estes objetos girassem a velocidades mais elevadas, poderiam desintegrar-se.

Por outras palavras, estas anãs castanhas atingiram o limite de velocidade e não podem girar mais depressa!

Facto Curioso:

Descobertas em 1995, as anãs castanhas podem ser os planetas mais quentes ou as estrelas mais frias do Universo. De acordo com um estudo de 2017, na Via Láctea há possivelmente 100 mil milhões de anãs castanhas – sensivelmente metade da quantidade de estrelas da nossa galáxia!

 

Este Space Scoop tem por base um Comunicado de Imprensa NOIRLab .

Tradução: Teresa Direitinho

Space Scoop original (em inglês

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