Onde é que moramos?
Por vezes precisamos de mapas para nos orientarmos pelos caminhos e cidades do nosso mundo; mas os astrónomos também criam mapas do Universo para melhor o entenderem!
Graças ao poder de vários telescópios de todo o Japão, os astrónomos ficaram a saber mais sobre a geografia da Via Láctea, nomeadamente quanto à localização exata do Sistema Solar e do buraco negro que ocupa o centro da galáxia.
Grandes telescópios (virtuais), medições precisas
Uma vez que a Terra está localizada no seio da Via Láctea, não conseguimos afastar-nos dela e apreciar o aspeto que a galáxia tem vista de fora. Assim, a medição das posições e movimentos dos objetos no espaço é uma importante ferramenta para compreender a estrutura global da galáxia e o lugar que nela ocupamos.
O telescópio VERA (VLBI Exploration of Radio Astrometry), que é operado pelo National Astronomical Observatory of Japan (Observatório Astronómico Nacional do Japão), usa uma técnica especial, chamada interferometria, para estudar os céus. Esta técnica permite combinar os dados de vários radio-telescópios situados por todo o arquipélago japonês, de forma a conseguir os mesmos resultados que seriam obtidos por um telescópio muito maior. Neste caso, a combinação de telescópios a trabalhar em conjunto cria o poder de um telescópio gigantesco!
Novas conclusões
A partir do mapa criado graças ao VERA, os astrónomos calcularam onde fica precisamente o centro da Via Láctea, o ponto em volta do qual orbitam todos os objetos da galáxia. O mapa diz-nos que o centro da galáxa, e o buraco negro supermaciço lá situado, fica a 25800 anos-luz do Sistema Solar. Ou seja, está mais perto do que dizia o valor que tem sido usado oficialmente desde 1985, que é de 27700 anos-luz. Também foi determinado que o Sistema Solar (e a Terra, claro) viaja a uma velociade de 227 quilómetros por segundo ao orbitar o centro da galáxia. E também este valor é maior do que o que os astrónomos pensavam anteriormente; é duas vezes e meia a velocidade de um raio a progredir num céu de tempestade!
Isto quer ainda dizer que a Terra, além de mais veloz, está mais perto do buraco negro supermaciço no centro da Via Láctea. Mas não se preocupem, isto não quer dizer que o nosso planeta esteja prestes a mergulhar nesse voraz buraco negro! O que se passa é que assim temos uma imagem mais clara e precisa da nossa galáxia.
O telescópio virtual VERA vai continuar a ser usado para observar e estudar os movimentos de outros objetos na Galáxia, sobretudo dos que estão mais próximos do centro e do seu buraco negro. Isto vai ajudar-nos a estudar melhor a estrutura e movimentos da Via Láctea.
Facto curioso: O VERA é tão sensível que conseguiria ver os pormenores de uma moeda de 2 cêntimos que fosse colocada na superfície da Lua.
Este Space Scoop baseia-se num Comunicado de Imprensa do NAOJ
Space Scoop original (em inglês):
http://www.spacescoop.org/en/scoops/2047/where-are-we/
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