Foi descoberto um exoplaneta um pouco mais pequeno que Neptuno e com atmosfera própria no chamado Deserto de Neptuniano. A descoberta deve-se a uma colaboração internacional de astrónomos, liderada pela Universidade de Warwick.

O Planeta Proibido
A diminuição da luz de uma estrela durante o trânsito de um exoplaneta permitiu descobrir NGTS-4b – também conhecido como “O Planeta Proibido”. Créditos: University of Warwick/Mark Garlick.

Investigações levadas a cabo por uma equipa do Grupo de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Warwick, liderada pelo Dr. Richard West, e que inclui o Professor Peter Wheatley, o Dr. Daniel Bayliss e o Dr. James McCormac, permitiram identificar o planeta.

As observações foram realizadas usando a instalação NGTS (Next-Generation Transit Survey), localizada no Observatório do Paranal do ESO, no coração do Deserto do Atacama, Chile. Trata-se de uma colaboração entre as universidades britânicas de Warwick, Leicester, Cambridge e a Queen’s University de Belfast, em conjunto com o Observatório de Genebra, o Instituto DLR Berlin e a Universidade do Chile.

O planeta, que recebeu o nome de NGTS-4b, ou “O Planeta Proibido”, é um pouco mais pequeno que Neptuno, mas três vezes maior que Terra: 20 massas terrestres, raio 20% inferior ao de Neptuno, temperatura de 1000 graus Celsius e orbita a sua estrela em apenas 1,3 dias.

É o primeiro exoplaneta do seu tipo descoberto no Deserto Neptuniano, a região próxima a uma estrela onde não existem planetas do tamanho de Neptuno. Esta zona recebe forte irradiação da estrela, o que significa que os planetas não retêm a sua atmosfera gasosa que se evapora deixando apenas um núcleo rochoso. No entanto, NGTS-4b ainda possui a sua atmosfera gasosa.

Para descobrirem novos planetas, os astrónomos procuram uma diminuição na luz de uma estrela – provocada pela passagem em frente à estrela de um planeta em órbita. Normalmente, em buscas realizadas a partir do solo, apenas são captadas diminuições no brilho de 1% ou mais, mas os telescópios NGTS conseguem captar valores da ordem dos 0,2%.

Os investigadores acreditam que o planeta pode ter entrado no Deserto Neptuniano recentemente, no último milhão de anos, ou então era muito grande e a sua atmosfera ainda se está a evaporar.

“Este planeta deve ser resistente – está mesmo na zona em que esperávamos que os planetas do tamanho de Neptuno não pudessem sobreviver. É verdadeiramente notável encontrarmos um planeta em trânsito com uma diminuição de apenas 0,2% no brilho da estrela – isto nunca antes foi conseguido por telescópios no solo, e foi uma ótima descoberta ao final de um ano de trabalho neste projeto,” disse Richard West, do Departamento de Física da Universidade de Warwick, acrescentando: “Estamos agora a investigar os dados para ver se podemos observar mais planetas no Deserto Neptuniano – quem sabe se o deserto não é afinal mais verde do que pensávamos.”

Fonte da notícia: Phys.org

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