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Sonificação de dados: Os sons da Via Láctea

O centro da nossa Galáxia está demasiado longe para que possamos visitá-lo, mas podemos explorá-lo, mesmo à distância. Os telescópios permitem-nos ver como é o Centro Galáctico em diferentes tipos de luz. Ao traduzir em imagens os dados digitais obtidos pelos telescópios, os astrónomos criam representações que de outra forma não poderíamos ver.

Mas… e se experimentássemos esses dados através de outros sentidos, como a audição? A sonificação é um processo que traduz os dados em som, permitindo que diferentes públicos – incluindo cegos e deficientes visuais – explorem o espaço através de dados. E há um novo projeto que, pela primeira vez, nos permite “ouvir” centro da Via Láctea.

A sonificação permite ouvir o centro da Via Láctea, tal como é observado em raios-X, luz visível e infravermelha. À medida que o cursor se move pela imagem, os sons representam a posição e o brilho das fontes. Créditos: X-ray: NASA/CXC/SAO; Optical: NASA/STScI; IR: Spitzer NASA/JPL-Caltech.

A tradução dos dados em som começa pelo lado esquerdo da imagem, avançando para a direita, com os sons a representar a posição e o brilho das fontes. A luz dos objetos localizados na parte superior da imagem ouve-se em tons mais altos, enquanto a intensidade da luz controla o volume. As estrelas e as fontes compactas são convertidas em notas individuais, e as extensas nuvens de gás e poeira produzem um zumbido em evolução. O crescendo ocorre quando alcançamos a região mais brilhante no canto inferior direito da imagem. É aqui que reside o buraco negro supermassivo, com 4 milhões de massas solares, do centro da Galáxia, conhecido como Sagittarius A*, e onde as nuvens de gás e poeira são mais brilhantes.

É possível ouvir os dados desta região, com aproximadamente 400 anos-luz de diâmetro, como “solos” do Observatório de raios-X Chandra, do Telescópio Espacial Hubble e do Telescópio Espacial Spitzer, ou então numa “orquestra” em que cada telescópio toca um instrumento diferente. Cada imagem revela diferentes fenómenos que acontecem nesta região a cerca de 26 mil anos-luz da Terra. A imagem do Hubble descreve as regiões energéticas onde as estrelas estão a nascer; a imagem infravermelha do Spitzer mostra nuvens brilhantes de poeira contendo estruturas complexas. Os raios-X do Chandra revelam gás aquecido a milhões de graus devido a explosões estelares e ejeções de Sagittarius A*.

Além do Centro Galáctico, este projeto produziu também versões sonificadas do remanescente da supernova Cassiopeia A, ou Cas A, e dos “Pilares da Criação”, localizados em Messier 16, como pode ser visto no vídeo abaixo.

Guia breve sobre a sonificação de dados. Créditos: NASA/CXC/A. Hobart.

O som desempenha um papel muito valioso na compreensão do Universo que nos rodeia. No site Universe of Sound poderá encontrar mais informação sobre o uso do Chandra e de outros instrumentos no espaço e na Terra para o estudo do cosmos através do som.

Fonte da notícia: Chandra X-Ray Observatory

Tradução: Teresa Direitinho

 

Data Sonification: Sounds from Around the Milky Way

The center of our Milky Way galaxy is too distant for us to visit in person, but we can still explore it. Telescopes give us a chance to see what the Galactic Center looks like in different types of light. By translating the inherently digital data (in the form of ones and zeroes) captured by telescopes in space into images, astronomers create visual representations that would otherwise be invisible to us.

But what about experiencing these data with other senses like hearing? Sonification is the process that translates data into sound, and a new project brings the center of the Milky Way to listeners for the first time.

Sonification turns astronomical images from NASA’s Chandra X-Ray Observatory and other telescopes into sound. This allows users to “listen” to the center of the Milky Way as observed in X-ray, optical, and infrared light. As the cursor moves across the image, sounds represent the position and brightness of the sources. Credits: X-ray: NASA/CXC/SAO; Optical: NASA/STScI; IR: Spitzer NASA/JPL-Caltech.

The translation begins on the left side of the image and moves to the right, with the sounds representing the position and brightness of the sources. […] Read the original article at Chandra X-Ray Observatory.

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