29 Maio 2019
Faz hoje 100 anos. Numa remota ilha a oeste de África, sobre o Equador, uma faixa de sombra lunar projectava-se sobre a Terra. E à espera dela estava Arthur Eddington, astrónomo inglês. O seu objectivo era claro: ia testar (e esperava comprovar) a teoria proposta pelo físico alemão Albert Einstein. Segundo esta, a massa do Sol seria capaz de influenciar a trajectória da luz, ou seja, de a desviar de um percurso em linha recta. Isso ocorre em permanência, claro, mas como verificá-lo? Um eclipse forneceria as condições ideais: podemos assim comparar as posições relativas das estrelas nessa ocasião com as que ocupam quando a sua luz não passa perto do Sol. Eddington foi ao Príncipe, obteve as suas imagens (e no Sobral, no Brasil, outra expedição recolheu dados do mesmo género) e daí a pouco tempo anunciou que realmente tinha comprovado o desvio da luz ao passar junto ao Sol, tal como previsto pela teoria de Einstein. Este tinha razão, a relatividade geral estava correcta. Existem dúvidas sobre a forma como as conclusões foram obtidas (há quem afirme que Eddington escolheu e interpretou os dados, há quem defenda que a interpretação feita foi justificada e imparcial), e isso mostra-nos, uma vez mais, que a ciência é feita por seres humanos, e não por máquinas sem opiniões e simpatias. Mas não há como negar a relatividade geral. Muito menos a importância desta expedição, e a justiça de a celebrar lá onde foram feitas tão notáveis observações. Um abraço para o Príncipe. Nullius in verba.
Mais perto no tempo, que não no espaço: hoje terá lugar uma EVA na ISS. Dois cosmonautas terão como missão, entre outras coisas, a “lavagem” das janelas.
Desenham-se planos para missões futuras de aquisição e envio de amostras marcianas para a Terra, em colaboração entre NASA e ESA. A ideia, claro, anda no ar há muito tempo. A execução, essa, ainda terá que esperar uns anos… Para começar, é preciso estabelecer a arquitectura da missão, e esperar que não caia do céu algum corte orçamental que a inviabilize. Voltaremos a falar disso, com toda a certeza.
1974: A URSS lançou a Luna 22. A sonda esteve em órbita mais de um ano, a recolher imagens da superfície lunar e outros dados. É até à data a última missão russa à Lua que esteve em órbita do nosso satélite (houve missões de decida automática à superfície).
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