Um terço da população mundial é composto por “migrantes”, pessoas que deixaram um lugar para irem viver noutro. Há inúmeras razões que podem levar as pessoas a instalarem-se noutra região e lá criarem os seus lares: a busca de trabalho, a ânsia pela liberdade, ou a fuga a desastres naturais.

Agora, e pela primeira vez, descobrimos um imigrante permanente que veio instalar-se entre nós, vindo de um diferente sistema!

O asteroide, que hoje em dia encontrou acolhimento na órbita de Júpiter, é o primeiro exemplo conhecido de um objeto que foi capturado a outro sistema estelar.

Todos os planetas do Sistema Solar (e também quase todos os outros objetos que dele fazem parte) viajam em torno do Sol na mesma direção, mas este asteroide é diferente – viaja na direção oposta.

Se ele tivesse nascido no nosso Sistema Solar, seria de esperar que víssemos o asteroide a seguir na mesma direção de tudo o resto que cá teve a sua origem. O facto de não seguir com a multidão diz-nos que deve ter sido capturado a outro sistema.

Já antes detetámos visitantes interestelares, mas eram apenas turistas de passagem, e este asteroide é um residente de longa duração. O nosso Sol formou-se como membro de um grupo denso de estrelas, cada uma delas com um sistema recheado de planetas e asteroides. Estes primos cósmicos estavam tão próximos que a forte gravidade do nosso Sol e dos seus planetas conseguiu atrair e capturar este asteroide de outro sistema.

Facto curioso: Hoje em dia é impossível dizer ao certo quais das estrelas que vemos no céu são esses parentes próximos do Sol. À medida que as estrelas foram vogando em torno do centro da Galáxia foram-se também separando, algumas ficando para trás como ciclistas que não aguentam a pedalada do pelotão, e a nuvem desfez-se.

 

Este Space Scoop é baseado num Comunicado de Imprensa da Royal Astronomical Society

Link para a notícia original: http://www.unawe.org/kids/unawe1812/ 

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