Flyby #6
Existem em Marte diversos tipos de marcas escuras (embora também as haja em tom mais claro do que o que as rodeia) que parecem indicar um fluxo de algum tipo, em declives mais ou menos pronunciados. Graças à constante e detalhada observação do planeta vermelho desde há mais de 20 anos, estão documentadas muitas alterações na sua superfície, incluindo traços recorrentes ou novas ocorrências similares. Em muitos casos foram propostos mecanismos que recorriam à presença de água liquida… O que, nas condições que prevalecem em Marte na actualidade, nem sempre é fácil de justificar – e não faltam explicações alternativas. Como a que foi agora (num artigo cujo abstract pode ser lido aqui) proposta para os “slope streaks”, com base numa cuidada análise geomorfológica, e que recupera a possibilidade de estes se ficarem a dever a deslizamentos de poeira fina, secos, sem qualquer intervenção de água líquida. O que não quer dizer que não existam outros locais e ocorrências em que o precioso líquido tenha de facto desempenhado um papel. Como vemos na Terra, nem sempre uma explicação única se aplica a todos os fenómenos aparentemente semelhantes.
On Mars, there are several types of streaks (generally dark, though some are lighter in tone than the surrounding area), that seem to indicate some type of flow, on slopes with a gentler or steeper incline. Thanks to the constant and detailed observation of the red planet that has been going on for more than 20 years, we have documented many changes in its surface, including recurring streaks or new similar occurrences. In many cases some mechanism was proposed that called for the action of liquid water… Something that, in the present environmental conditions of Mars, is often very hard to justify – and there’s no shortage of alternative explanations. Such as the one recently proposed (the abstract of the paper can be read here) for slope streaks, based on a careful geomorphic analysis, that brings back the possibility that their origin resides in dry dust avalanches, with no intervention of liquid water. Which doesn’t mean that there aren’t other places and instances in which the precious liquid has indeed played a role. As we know from the Earth, many times a single explanation cannot be applied to all phenomena that are apparently similar.
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