Todos os anos, no dia 30 de junho, celebra-se o Dia Mundial do Asteroide com o objetivo de aumentar a sensibilização sobre estes objetos e sobre o que pode ser feito para proteger a Terra de possíveis impactos. A data assinala o aniversário do evento de Tunguska, que ocorreu em 30 de junho de 1908, e que foi o pior evento relacionado com asteroides da história recente.

Para assinalar o Dia do Asteroide 2019, a ESA revelou este vídeo com a animação de mais de 14 mil asteroides do Sistema Solar a partir do catálogo da segunda divulgação de dados do satélite Gaia, da ESA, publicado em 2018.

Os asteroides descobertos pelo Gaia. Créditos: ESA/Gaia/DPAC – CC BY-SA 3.0 IGO; Music copyright: Encore 5 by Christophe Goze, audionetwork.com

As órbitas dos 200 objetos mais brilhantes surgem a verde. E as órbitas dos quatro primeiros asteroides descobertos pelo Gaia surgem a rosa. A animação começa por mostrar a posição dos planetas, asteroides e estrelas no Dia do Asteroide, 30 de junho de 2019; o tempo foi acelerado num fator de 5 milhões.

O principal objetivo científico do Gaia é mapear mil milhões de estrelas na Via Láctea, porém, o satélite também é sensível a corpos celestes mais próximos de casa, observando regularmente asteroides conhecidos e descobrindo ocasionalmente novos.

Três dos asteroides recém-descobertos, temporariamente designados por 2018 YK4, 2018 YL4 e 2018 YM4, foram detetados pela primeira vez pelo Gaia, em dezembro de 2018, e posteriormente confirmados por observações de acompanhamento realizadas pelo Observatório de Haute-Provence, em França, que permitiram determinar as suas órbitas. A comparação destas informações com outras observações já existentes indicou que os objetos não haviam sido detetados anteriormente.

A quarta descoberta, um asteroide com designação temporária de 2019 CZ10, foi detetada pela primeira vez pelo Gaia em fevereiro, e foi confirmada recentemente por observações terrestres feitas pelo Mount Lemmon Survey e pelo projeto Pan-STARRS 1 nos EUA.

Estes quatro asteroides fazem parte da Cintura Principal, entre as órbitas de Marte e Júpiter, mas movem-se à volta do Sol em órbitas que têm inclinação maior (15 graus ou mais) em relação ao plano orbital dos planetas do que a maioria dos asteroides dessa mesma cintura.

Esta população de asteroides de alta inclinação não está tão bem estudada como a população com órbitas menos inclinadas, já que a maioria das pesquisas tende a concentrar-se no plano onde reside a maior parte dos asteroides. Mas o Gaia pode observá-los do seu ponto de vista privilegiado no espaço, enquanto vai examinando todo o céu. É assim possível que o satélite venha a descobrir mais objetos no futuro contribuindo com novas informações para o estudo das suas propriedades.

Em paralelo com o processamento e análise extensiva de dados que prepara os próximos lançamentos de dados do Gaia, são partilhadas regularmente informações preliminares sobre deteções de asteroides pelo satélite, através de um sistema de alerta on-line, para que os astrónomos possam realizar observações complementares.

Fontes da notícia: ESA e Phys.org

 

Classificação dos leitores
[Total: 1 Média: 5]