Música para começar? Pois, já que um dos asteróides que hoje merecem referência é o 1818 Brahms; pelo número relativamente baixo pode depreender-se que foi descoberto há bastante tempo, e assim foi: 1939, duas semanas antes da Guerra rebentar na Europa – o nome vem do grande compositor alemão do século XIX, claro. E depois temos outro, descoberto em 1990 e que tem a designação 16481 Thames, o maior rio do sul de Inglaterra, que banha Londres. É tudo quanto a estes viajantes espaciais.

Há alguns aniversários que merecem referência: em 1906 nasceu Bart Bok, um astrónomo americano que estudou a estrutura da Via Láctea e se tornou um divulgador extraordinário. Em 2001, o milionário americano Dennis Tito tornou-se o primeiro turista espacial quando foi enviado para o espaço numa nave Soyuz e passou quase oito dias na ISS.

Em 1963, na URSS são considerados os planos para o grande foguetão N1: supostamente viria a ter capacidade para lançar missões tripuladas não apenas à Lua, mas também para Vénus e Marte – embora essas missões necessitassem de vários lançamentos em sequência e construção das naves em órbita.

Em 1998, um Ariane lançou o primeiro satélite egípcio, destinado às comunicações-

Em 2016, a Rússia procedeu ao primeiro lançamento do novo espaçoporto em Vostochniy – um indício de que o país não quer ficar refém de Baikonur, que fica no Cazaquistão.

Mas vamos ao grande marco deste dia: hoje faria 90 anos Eugene Shoemaker. Um geólogo americano que sonhou ser o primeiro cientista a visitar a Lua, ideia que foi afastada por questões de saúde. Porém, Shoemaker já tinha garantido um lugar na posteridade – estudou a cratera de Barringer, no Arizona, e determinou sem margem para dúvidas que esta estrutura se devia ao impacto de um grande meteorito na Terra; criou a divisão de Astrogeologia no USGS, tornando-se assim um dos criadores da disciplina; deu treinos de Geologia aos astronautas; incentivou e paricipou em buscas sistemáticas por asteróides que se aproximam da Terra. Foi um dos descobridores do cometa Shoemaker-Levy 9 que embateu em Júpiter depois de se dividir em vários fragmentos. Faleceu em 1997 na sequência de um acidente de automóvel na Austrália, onde estudava possíveis crateras de impacto. Parte das suas cinzas foram levadas para a Lua pela sonda Lunar Prospector em 1999. É assim o único ser humano a repousar para a eternidade noutro corpo celeste – aquele a que, em vida, não conseguiu chegar.

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