11.Nov.- 17.Nov.2016 (Portugal)

Num dia razoavelmente normal, o Sol costuma nascer a determinada altura e, se tudo correr como é habitual e previsto, põe-se uma série de horas mais tarde. Atualmente, nasce por volta das 7:20 e fornece quase 10 horas exatas de luz por dia, para pormos as coisas em ordem.

Depois do Sol se afundar no horizonte oeste, um binóculo apontado para o sítio certo ainda consegue apanhar o planeta Mercúrio, antes de este seguir a nossa estrela que, entretanto, irá iluminar outras paisagens terrestres, durante as 14 horas seguintes. Mercúrio não é o único planeta que segue o nosso Sol no firmamento. Com exceção de Júpiter, todos os planetas estão atualmente do lado oeste do Sol.

O Sistema solar visto de cima (norte). Ao anoitecer consegue-se ver tudo o que está sob a faixa amarela, portanto quase todos os planetas. A faixa azulada corresponde ao céu e campo de visão matinal. A zona azul clara corresponde ao que se vê (ou não) no sul à meia-noite, enquanto a parte escura simplesmente não deixa ver estrela nenhuma, exceto a nossa. Crédito: GRM/NUCLIO
O Sistema solar visto de cima (norte). Ao anoitecer, consegue-se ver tudo o que está sob a faixa amarela, portanto, quase todos os planetas. A faixa azulada corresponde ao céu e campo de visão matinal. A zona azul clara corresponde ao que se vê (ou não) no sul à meia-noite, enquanto a parte escura simplesmente não deixa ver estrela nenhuma, exceto a nossa. As setas apontam na direção dos planetas que não cabem na imagem. Crédito: GRM/NUCLIO

A ilustração mostra com tonalidade amarelada o campo de visão que temos sobre o Sistema Solar pouco depois do ocaso do Sol. Mercúrio está mesmo rente ao limite (do horizonte oeste). A imagem também mostra, portanto, que todos os planetas da zona amarela estão visíveis logo no início da noite.

Conforme a hora avança e a Terra roda (no sentido indicado pela seta) os outros planetas vão gradualmente, e em intervalos quase regulares, ser apanhados pela linha do horizonte oeste. Primeiro Saturno, bem destacado acima do horizonte mal anoitece, seguido por Vénus, brilhante e de luz branca. Marte também segue e deixa de ser visível depois das 22h. Só Neptuno e depois Úrano marcam presença após a meia-noite (triângulo azul claro = zona sul à meia-noite).

A faixa azul mostra, por sua vez, o campo de visão que tempos pouco antes do nascer do Sol. Júpiter é assim o único planeta que se manifesta do lado leste do Sol, e como já faz isso há mais de um mês, pode afirmar-se que lá no leste…enfim, a justificação para o título acima.

Tal como no romance A Oeste Nada de Novo (E.M.Remarque, Alemanha, 1929), também a oeste, mas do Sol, acontece muita coisa, só que, aqui, nas coisas do céu, não há omissão ou propaganda que tenta fazer crer o contrário.

 

Calendário Celeste (em breve)

11.11. 14:59 Mercúrio em afélio (0.4667 ua)
14.11. – 45º aniversário da inserção em órbita marciana da Mariner 9 (1971)
14.11. 13:52 Lua cheia

Contacto para as crónicas sobre a atualidade celeste: ceu@astronomia.pt

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