OVN(I) estacionou em Marte
21.Out.- 27.Out.2016 (Portugal)
OVNI – Objeto Voador Nosso (Identificado)
Nós, os Europeus, expandiremos mais um pouco o horizonte do conhecimento e, durante alguns dias, também os horizontes paisagísticos disponíveis.
Nós somos Europeus e podemos orgulhar-nos de o ser. Admite-se, temos uma historicamente longa tradição de andar em guerra com os numerosos vizinhos diretos e quem não tinha que chegasse guerreava com os de mais longe. Mas no que respeita à procura do conhecimento, às ciências e ao empenho de descobrir ou fazer melhor, as fronteiras pouco importavam e importam. Aliás, atualmente, se não fossem questões, tais como, quem paga as contas e quem pode pendurar os louros na parede, a nacionalidade seria uma mera questão de orientação no mapa europeu.
Na paisagem política das nações reina ainda algo semelhante à Idade Média. Coitados dos cidadãos influenciados pelos mais variados disparates, até ao momento em que estes apoiam coisas que só fazem mal, seja cá dentro, seja lá fora.
Nisso, o ambiente ativo das ciências naturais ou humanas é bem mais o exemplo de um futuro em que as pessoas podem viver e conviver de forma saudável. Nem tudo são rosas, claro. Aliás, se não houvesse divergências de opinião ou de método, como se iria progredir e evoluir? Mas, ao menos, até ao momento de finalmente subirmos o próximo degrau, faz-se o que é para fazer num ambiente de comunicação e convivência que ultrapassa fronteiras, mesmo as do velho continente.
Dito isto, é altura de dizer, mais uma vez, caros europeus, demorou, custou e conseguiu-se. Aliás, conseguimos – primeira pessoa plural – um pouco como no futebol, onde há apenas onze talentos individuais atrás de uma bola, mas, desde que vençam, todos se sentem parte da vitória… vencemos.
Todas estas palavras para fomentar o orgulho continental são um preâmbulo para dizer que a primeira de duas missões europeias para explorar o vizinho Marte chegou sã e cheia de genica ao seu destino.
A ExoMars 2016 é composta por duas sondas coladas uma à outra. Ao chegar perto de Marte, separaram-se, num último adeus, no dia 16.
Uma sonda, a TGO (Trace Gas Orbiter) inseriu-se em órbita e está pronta para fazer seguir as comunicações vindas do solo e, a partir de janeiro próximo, ver se há indícios de vida.
A outra, a Schiaparelli, um disco achatado de 2,4 m de diâmetro, fez-se a caminho da superfície, para ver se somos capazes de pousar em Marte. Pretende-se pousar de uma forma que possa servir ao robô da próxima missão e mais tarde aos humanos. Os métodos ultimamente empregues… cair a pique de centenas de metros de altura e saltitar como uma bola até parar, não são os mais adequados para os seres vivos.
No dia 19, a Schiaparelli fez o que vinha para fazer, recolher dados essenciais sobre as condições durante as fases da descida. No dia 20, o toque final no solo ainda está por confirmar, mas que a sonda poisou de uma ou de outra forma é indubitável. Se o contacto com o solo não tiver sido demasiado forte, ela fará, até o fim da validade desta crónica, o seu trabalho secundário de estudo local e depois desligar-se-á, esperando que o primeiro sucateiro a venha buscar.
Nem um mês após a ESA ter pousado suavemente uma sonda num cometa, temos mais um sucesso com carimbo europeu. A agência espacial europeia, ESA, juntando especialistas e industrias de toda a Europa, está de parabéns. Pela associação, participação ativa e ou apenas pelo gosto, os portugueses europeus também. Todos.
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