Ao vivo, vindo de entre Marte e Júpiter…
Sexta-feira, dia 30, acaba mais uma história na história da exploração espacial.
Há dois anos, a sonda europeia Rosetta com o seu companheiro a pendura Philae chegaram ao cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko, o 67ismo cometa periódico, descoberto em 1969 pelo astrónomo ucraniano Klim Ivanovich Churyumov e a astrónoma ucraniana/tajiquistanesa Svetlana Ivanovna Gerasimenko (na altura cidadãos da União Soviética agora dissolvida).
O objetivo era estudar o cometa em pormenor. Até agora, Rosetta foi bem-sucedida, enquanto Philae nem tanto. Philae estava destinada a poisar e estudar a superfície de perto. Porém, aproximou-se do cometa, tocou na superfície e, em vez de lançar ganchos à moda das abordagens dos piratas e fixar-se na superfície, a coitada da sonda saltitou descontroladamente e perdeu-se da vista.
No início deste mês, a pequena exploradora foi reencontrada após quase dois anos, escondida numa fenda por baixo de uns rochedos, cheia de frio e já sem pio.
No dia 24, Rosetta saiu controladamente da sua órbita e começou a manobra de aproximação ao cometa. No dia 29 irá literalmente virar fortemente à direita, para no dia 30, como referido, acabar a história desta missão ao poisar gentil e cuidadosamente no cometa. O local de destino é um conjunto de depressões/poços no terreno das quais se presume originarem os jatos de gases e poeiras, o material para formar as típicas caudas dos cometas.
As missões internacionais focando cometas limitaram-se normalmente a passar, colher poeiras e fotografar durante a passagem. Exceção foi a missão norte-americana Deep Impact (2005), que não passou de um propositado tiro à distância. Bem à moda dos filmes hollywoodescos, o único objetivo dessa sonda era chegar, causar estragos pesados e ver o que saia destes estragos.
A abordagem europeia é muito menos violenta. Se tudo correr bem, Rosetta poisará com uma velocidade inferior a 1 m/s, mais devagar do que passear a pé.
Rosetta e Philae irão ficar outra vez quase juntas e passarão o resto do tempo, sensivelmente meia eternidade, à espera de alguém as vir buscar ou de o cometa as ejetar para o espaço.
A missão da Rosetta termina às 12:20 (chegada do sinal), com uma margem de +/- 20 minutos. O evento é transmitido e pode ser acompanhado ao vivo a partir das 9:30 até às 15:00 através da ESA TV e/ou rosetta.esa.int
Um resumo do que está por vir e os destaques científicos da missão são transmitidos um dia antes, quinta-feira, dia 29, das 13:30 até às 15:30, através de rosetta.esa.int
Fenómenos da semana
01.10. 01:11 Lua nova
Contacto para as crónicas sobre a atualidade celeste: ceu@astronomia.pt
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