Na barriga de um predador
16.Out.-22.Out 2015 (Portugal)
Imaginemos que um chefe de estado circula, durante semanas, sempre acompanhado pelo seu ministro de defesa, pasta esta mero, sinónimo de ministro de guerra. Eventualmente, os dois juntam-se numa das potentes naves de batalha da nação. O que hão de pensar os estados vizinhos? De certo modo, pode ser indicador suficiente para que estes estados e toda a população nacional se tenham de preocupar.
Na mitologia da esfera celeste, o que se há de pensar de um encontro imediato entre o deus romano supremo, representado pelo planeta Júpiter, e o deus da guerra e da morte, o planeta Marte, realizado na barriga da constelação ou signo zodiacal da fera que é Leão?
Se pagou pelo seu horoscopo e ele não reflete o que se pode supor ou imaginar de um tal alinhamento preocupante, recomenda-se vivamente que gaste o seu dinheiro em coisas mais realistas (sugere-se donativos ao NUCLIO ou/e ao autor destas crónicas).
Na realidade bem mundana estes encontros existem.
Após semanas de constante aproximação, o planeta Júpiter estará, finalmente, bem junto de Marte (17.10 às 22:00h). Na madrugada de domingo, dia 18, no horizonte leste, os dois planetas distam, entre si, menos de um diâmetro lunar, flanqueados no topo pelo planeta Vénus e, em baixo, após as 6:30h, por Mercúrio. Como já referido, tudo isso ocorre por baixo da barriga do Leão, cuja estrela principal, Régulo, é a cabeça de topo da fila de luzes celestes proeminentes.
Porém, ao invés das preocupações emanadas dos cenários terrestres e espirituais acima descritos, a realidade do céu é digna de fascínio. A dança dos planetas, das últimas semanas e das que estão ainda por vir, pode ser considerada um bónus para os madrugadores, nas suas viagens de ida e de regresso do trabalho, os quais, ao se dirigirem meio sonolentos para o seu carro ou paragem de transportes públicos, são brindados com este fenómeno celeste silencioso.
Participe, tire fotos e envie a melhor para s1541@astronomia.pt
Perante o cenário planetário matinal, o primeiro pico da chuva de meteoros das Orionidas, no dia 21 para 22, perto da meia noite e em todo o céu, empalidece e mal dá nas vistas. No caso de ver um meteoro, ou estrela cadente como a voz popular prefere chamar, o mais provável é aquele pertencer às Orionidas, nome que indica que ele aparenta provir da constelação Orionte.
Quanto aos efeitos da política nacional, nem são precisos encontros de alto nível reais ou imaginários, para nós, cidadãos, nos preocuparmos.
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