A hora do abutre…
9.Out.-15.Out 2015 (Portugal)
O calendário indica, o tempo meteorológico confirma… o outono está solidamente implantado. Com ele costumam vir os pôr-de-sol mais coloridos do ano. Parece que o céu carrega no botão do romantismo antes de mergulhar de vez na frigidez e escuridão invernal por vir. Curiosamente, o firmamento estrelado não pretende ceder à agenda, pois o que reina ao anoitecer por cima das nossas cabeças são as constelações de verão. Verdade, a Lira com a sua estrela branca, dominante chamada Vega, já não manda no zénite. Agora é a vez da constelação do Cisne. De asas abertas em toda a sua envergadura paira silenciosamente por cima de nós fazendo antes lembrar um abutre, por associação às finanças, e menos uma ave graciosa.
Se o horizonte oeste estiver totalmente desobstruído e começar escurecer, duas luzes peculiares fazem a sua despedida diária onde o céu acaba e a terra começa. Uma dessas luzes é a estrela avermelhada Antares, cuja luz na antiguidade tentava confundir os estudiosos do céu com o planeta Marte. A outra luz, mais alaranjada não pretende, nem precisa confundir. Trata-se do planeta Saturno nos seus últimos dias antes de desaparecer, para os seres terrestres, durante alguns meses por detrás do disco solar.
Do outro lado da noite, a visualmente intrigante conjunção de três planetas no céu matinal continua (ver semana passada). Pouco antes do nascer do sol, o horizonte leste mostra uma fila formada por Vénus no topo, Júpiter no fundo e Marte, de tonalidade avermelhada e menos brilhante, no meio deles. Na sexta-feira, dia 9, a lua em segunda falcada (a fase mesmo pouco antes da lua nova) assume pose entre Vénus e Marte, desafinando todos tirar uma fotografia da família planetária.
A partir do dia 10, o planeta Mercúrio junta-se à parada de planetas.
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