Uma equipa de astrónomos descobriu a que poderá ser a galáxia mais distante até hoje observada. Esta galáxia, designada por HD1, encontra-se a cerca de 13,5 mil milhões de anos-luz de distância. Isto significa que estamos a olhar para um objeto no passado longínquo, próximo do Big Bang que ocorreu há 14 mil milhões de anos.

A descoberta indica que os sistemas brilhantes, como HD1, podem ser muito antigos, formando-se apenas 300 milhões de anos após o Big Bang! Se o Telescópio Espacial James Webb confirmar a sua distância exata, HD1 será de facto a galáxia mais distante até hoje observada.

Imagem criada usando dados do telescópio VISTA. HD1 é o objeto vermelho na parte ampliada. Créditos: Harikane et al.

Os astrónomos procuram galáxias distantes nos primórdios do Universo para compreenderem como e quando se formaram. Como a velocidade da luz é constante, a luz de um objeto distante leva muito tempo a chegar até nós. Quando dizemos que um objeto está a mil milhões de anos-luz de distância, estamos a dizer que a luz emitida por esse objeto teve de viajar mil milhões de anos até nos alcançar! É por isso que quando os astrónomos observam objetos distantes no espaço, estão a observar objetos distantes no tempo, ou seja, no passado longínquo do Universo.

Observar HD1 a 13,5 mil milhões de anos-luz de distância foi um processo trabalhoso para a equipa internacional de astrónomos envolvida. Tiveram de analisar dados correspondentes a mais de 1200 horas de observação dos telescópios Subaru, VISTA, UK Infrared e Spitzer.

Para descobrir HD1, os astrónomos tiveram que examinar mais de 700 mil objetos espaciais: de certa forma, foi como procurar uma agulha (vermelha) num enorme palheiro! E porque dizemos vermelha? É que quanto maior é a distância a que está uma galáxia, mais vermelha ela surge. Isto porque, do nosso ponto de vista, as ondas de luz alongam-se à medida que vão ficando mais distantes. O alongamento leva a uma alteração do comprimento de onda, aproximando-se da cor vermelha do espectro eletromagnético, um fenómeno que os astrónomos designam por “desvio para o vermelho”.

HD1 é muito brilhante e isto surpreendeu os investigadores. É que a teoria da formação de galáxias não consegue explicar a existência de objetos tão brilhantes numa fase tão inicial do Universo. O próximo passo será descobrir como se formou esta galáxia – ou se é mesmo uma galáxia: poderá até ser um buraco negro ativo. A equipa espera que o Telescópio Espacial James Webb possa ajudar a resolver este mistério.

 

Facto Curioso:

Se houver confirmação da distância, e de que se trata mesmo de uma galáxia, HD1 irá quebrar o recorde da galáxia mais distante do Universo, que foi até agora da galáxia GN-z11, situada a 13,4 mil milhões de anos-luz e descoberta pelo Telescópio Hubble.

 

Este Space Scoop tem por base um comunicado de imprensa NAOJ.

Tradução: Teresa Direitinho

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Space Scoop original (em inglês)

Versão portuguesa no Space Scoop

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