Ilustração do jovem sistema binário XZ Tau. Crédito da imagem: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO).

Um grupo de astrónomos no Japão estudou dados recolhidos pelo ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) num sistema binário de estrelas, XZ Tauri, ao longo de três anos (2015, 2016 e 2017). Com este volume de dados, produziram a primeira animação ALMA de estrelas gémeas girando em torno uma da outra.

Este “balé astronómico” pode dar-nos boas pistas sobre como nascem os sistemas binários de estrelas e como se formam os planetas à sua volta.

Para Takanori Ichikawa, principal autor desta nova investigação, as animações que usam dados de radioastronomia são uma nova e estimulante forma de fazer ciência. “Espero que este método ajude a esclarecer vários fenómenos astronómicos no futuro”, disse ele.

Na sua juventude, os sistemas binários estão rodeados por um grande disco de gás molecular e poeira – conhecido como disco protoplanetário – e é exatamente em discos como este que os planetas se formam. Os cientistas descobriram muitos planetas à volta de estrelas binárias, mas como se formam estes discos de poeira e como surgem os planetas nestes sistemas é ainda um mistério.

Os astrónomos consideram essencialmente duas ideias para a formação dos sistemas binários. Uma é a possibilidade de um único grande disco de gás se quebrar em discos mais pequenos, outra é as nuvens moleculares serem “sacudidas” por uma violenta turbulência e se fragmentem.

Em sistemas binários, a posição dos discos de poeira em torno de cada estrela pode contar-nos histórias importantes. Possuem diferentes significados, dependendo da sua inclinação ou de como se movem à volta um do outro. A inclinação do sistema XZ Tau leva os cientistas a pensar que se formou pela fragmentação de nuvens moleculares. Mas ainda há muito a descobrir!

 

Este Space Scoop tem por base um comunicado de imprensa NAOJ

Tradução: Teresa Direitinho

 

Space Scoop original (em inglês)

Versão portuguesa no Space Scoop

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