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A missão Solar Orbiter, operada pela ESA, teve a sua segunda aproximação ao Sol e está a fornecer dados com uma resolução sem precedentes. O momento de maior aproximação ocorreu a 12 de outubro às 19:12 UTC, quando a Solar Orbiter estava a apenas 29% da distância da Terra ao Sol. O vídeo abaixo é de 13 de outubro, quando o instrumento EUI (Extreme Ultraviolet Imager) da sonda enviou imagens da coroa tranquila com a mais alta resolução até hoje obtida com qualquer instrumento.

 

Créditos: ESA & NASA/Solar Orbiter/EUI Team; acknowledgement: Frédéric Auchère, IAS.

Cada píxel neste vídeo representa 105 km na superfície do Sol. Isto significa que, se o instrumento EUI olhasse para a Terra a partir dessa distância, todo o nosso planeta teria apenas 120 píxeis de diâmetro. O filme em si engloba 2048 píxeis de diâmetro, o que significa que nesta imagem caberiam 17 Terras lado a lado.

A coroa é a atmosfera externa do Sol. Diz-se que está tranquila quando há pouca atividade solar significativa, como erupções ou ejeções de massa coronal. Este filme, e outros feitos durante a aproximação, mostram a natureza dinâmica da coroa solar, a uma temperatura da ordem dos milhões de graus. O gás eletricamente carregado, conhecido como plasma, está em constante movimento, acionado e acelerado pelas alterações do campo magnético do Sol. Os arcos de plasma brilhante no filme são mantidos no lugar por laços de magnetismo que irromperam na coroa vindos do interior do Sol.

O Sol está atualmente a aumentar de atividade até um pico, conhecido como máximo solar, que irá ocorrer em 2025. Como tal, nos próximos anos será provavelmente raro podermos ver a coroa assim tranquila.

O Sol lança um vento solar de partículas que flui através do Sistema Solar. Sabe-se que tem origem na coroa, mas o seu mecanismo preciso ainda não foi totalmente compreendido. Investigar este fenómeno é fundamental para os físicos solares e um dos principais objetivos científicos da Solar Orbiter.

Esta aproximação beneficiou particularmente do facto da Solar Orbiter voar rapidamente na direção da Terra. Isto permitiu que muito mais dados possam ser recolhidos. Permitiu também a realização de observações coordenadas de características solares com telescópios terrestre, a partir de 21 de outubro.

“Espero ansiosamente pela recolha dos dados de todos os dez instrumentos durante as próximas semanas, e logo a comunidade científica mundial irá ficar muito ocupada a fazer novas descobertas usando este conjunto exclusivo de dados”, disse Daniel Müller, cientista de projeto da ESA para a Solar Orbiter.

A Solar Orbiter é uma missão espacial de colaboração internacional entre a ESA e a NASA, operada pela ESA.

 

Fonte da notícia: ESA, Phys.org

Tradução: Teresa Direitinho

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