7 Junho 2018
Comecemos pelas tradições espaciais: na space.com, uma lista das que são religiosamente seguidas pelas tripulações que são lançadas para o espaço a partir de Baikonur, e que incluem depositar flores no mausoléu de Gagarin, plantar uma árvore, assinar portas e paredes, colocar moedas nos carris para serem espalmadas pelo comboio (memórias de infância…), não assistir à viagem do foguetão até à rampa de lançamento, cortar o cabelo e ver um filme dos tempos soviéticos, bem como receber uma benção (coisa que não acontecia nos tempos da URSS, evidentemente).
Enquanto ninguém descobre o hipotético planeta 9, eis que surgem outras hipóteses para explicar as curiosas órbitas de alguns objectos distantes, até agora tidas como evidência da existência desse membro do Sistema Solar. A alternativa requer, no entanto, a presença de milhentos objectos de menor dimensão – que também ainda estão por descobrir. Portanto, nesta matéria, o júri continua em reunião.
Há poucos dias, foi descoberto um asteróide em rota de colisão com a Terra. Nada de pânico: tnha dois metros, e consumiu-se na atmosfera sobre o Botswana quando chegou, a cerca de 17 km/s. Existem vários videos do evento (como este)
Vamos dar o salto ara o passado: em 1938, Korolev foi preso pela policia secreta soviética. Dezoito anos depois, a sua equipa conduzia lançamentos de foguetões-sonda, por vezes com criaturas vivas a bordo – neste caso, cães, que regressaram ao solo sem danos.
Em 1962, von Braun, já director do Marshall Space Flight Center, apresenta as suas recomendações para o programa lunar, em que defende o modelo do ‘rendezvous’ em órbita lunar entre um módulo de superfície e um módulo de cruzeiro – o perfil que acabaria por ser adoptado. Em 1965, é tomada a decisão de começar a preparar a LSEP, o conjunto de experiências que os astronautas terão que executar na superfície lunar, bem como os detectores que lá serão deixados.
Em 1971, a Soyuz 11 atraca de forma automática à Salyut 1; os cosmonautas referem que o ar a bordo não é agradável, e é preciso limpá-lo, mas isso levará tempo, pelo que eles passam a primeira noite a bordo da Soyuz.
Em 1988, outra Soyuz, a TM-5, parte para a estação Mir, com dois cosmonautas soviéticos e um búlgaro a bordo.
Hoje deixámos os asteróides para o fim… O 2995 Newburn, descoberto em 1982, está hoje a 0.92 UA da Terra (tem uma órbita relativamente pouco excêntrica, um pouco para lá de Marte) – o nome veio do de um astrónomo especialista em cometas, que trabalhou no JPL; o 1718 Namibia, com o nome do país do sudeste africano, foi achado em 1942 (quando o país, de facto, não existia – era apenas uma região da África do Sul), e passa a 1.186 UA de nós; o 4535 Adamcarolla tem o nome de um apresentador de rádio contemporâneo, foi descoberto em 1986 e está hoje a 1.356 UA da Terra; o 83360 Catalina, encontrado em 2001, recebeu a designação de um programa (Catalina Sky Survey) de busca de objectos próximos da Terra – asteróides, claro – que teve início em 1998; está hoje a 1.7 UA do nosso planeta; o 4769 Castalia foi descoberto em 1989, passa hoje a 1.206 UA da Terra, e pertence à classe Apollo; o nome tem origem numa ninfa que despertou o interesse de Apolo e, na fuga, deu origem a uma fonte sagrada em Delphi, local do famoso oráculo da Grécia antiga. Além disso, temos hoje um ainda quase anónimo Atena a passar a 0.097 UA da Terra.
Para concluir, outra efeméride: o British Museum foi fundado há precisamente 265 anos.
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