Versão Portuguesa 🇵🇹English version 🇬🇧

Este artigo faz parte de uma série de artigos preparados pelas oradoras do evento Soapbox Science Lisbon. A segunda edição do Soapbox Science Lisbon, para promover as mulheres na ciência, terá lugar no dia 23 de Outubro de 2021. Guardem esta data!

 

Mergulhando em ribeiros!

Por Verónica Ferreira

Ribeiros, aqueles pequenos cursos de água que correm no fundo dos vales… São pequenos, mas são muitos e juntos representam a maior extensão de cursos de água numa bacia hidrográfica. Por se encontrarem no fundo dos vales são sensíveis de tudo o que acontece em seu redor. As alterações ambientais afectam as comunidades e os processos aquáticos, o que pode limitar a capacidade dos ribeiros de prestar serviços como água de boa qualidade. Quando as alterações ambientais afectam um grande número destes pequenos ribeiros, isso pode ter repercussões a jusante, nos grandes rios e zonas costeiras. Eu estudo ribeiros há 20 anos, e convido todos a virem dar um mergulho nestes ecossistemas que são verdadeiros hot spots de diversidade e de actividade!

Em trabalho de campo na Ilha de São Miguel, Açores.

Olá,

Eu sou a Verónica, e sou Cientista! Mais especificamente, sou Bióloga porque estudo o mundo vivo (biosfera), mas não estudo todos os aspectos de todo o mundo vivo! O mundo a que me dedico é o dos ribeiros – sim, são pequenos, mas constituem a maioria das linhas de água numa bacia hidrográfica e o que lá se passa tem reflexos no que acontece a jusante, nos grandes rios e nas zonas costeiras. Nos ribeiros, estudo as comunidades e os processos aquáticos, como reagem a alterações ambientais e como se relacionam entre si. Assim, podemos dizer mais especificamente que eu sou uma Limnóloga (estudo sistemas de água doce) que estuda as comunidades e os processos ribeirinhos, ou que sou uma Ecóloga (estudo os seres vivos, as relações destes entre si e com o meio que os rodeia; não confundir com Ecologista, que também sou!) que estuda ribeiros. Sim, nem sempre é fácil categorizar quem somos…

Desde que me lembro que quero contribuir para a descoberta e a protecção do mundo natural. Quando éramos crianças, a minha irmã e eu costumávamos passar as férias de verão nas colinas e bosques que cercam a aldeia onde crescemos na zona do Oeste. Esse contacto com a natureza, e os documentários da National Geographic e da BBC que passavam na televisão pública sobre a vida selvagem e as ameaças que enfrentava, despertou a minha curiosidade e preocupação em relação ao mundo natural. Seguir Biologia e Ecologia eram as opções óbvias. Tirei o curso de Biologia na Universidade de Coimbra, o que foi só possível com um grande esforço do meu pai que, apesar de só ter a quarta classe e ser trabalhador precário na construção civil, sempre valorizou os estudos e com muito sacrifício garantiu-me os meios para frequentar o curso longe de casa.

A decisão de estudar ribeiros teve, no entanto, uma motivação diferente… No 3º ano de licenciatura conheci o professor com quem mais me identifiquei em todo o curso e ele estudava ribeiros, e assim começou a minha aventura… Fiz o ano de estágio no final da licenciatura (que tinha uma duração total de 5 anos) integrada no grupo de ecologia das águas doces e pela primeira vez senti que estava no sítio certo. Ia iniciar-se um projecto de avaliação da qualidade ambiental dos ribeiros da bacia do rio Mondego com base nos macroinvertebrados bentónicos, aqueles organismos que vivem na areia e por entre as pedras e os detritos vegetais no fundo dos ribeiros e que têm diferentes sensibilidades a alterações ambientais. Passámos o verão de 2001 em amostragem, ao que se seguiram vários meses de triagem dos organismos (i.e., separação dos organismos dos detritos) e sua identificação à lupa. Foi incrível! Tudo era novo, os ribeiros, os organismos, os métodos. Fizemos o primeiro mapa de qualidade ecológica dos ribeiros da bacia do rio Mondego! Ficou um mapa pintado a verde e azul (qualidade ecológica boa e excelente) nas zonas de montanha e onde a ocupação humana é mais baixa, e a amarelo, laranja e vermelho (qualidade moderada a má) nas zonas de planícies e onde há maiores aglomerados populacionais. A ânsia de aprender, praticar o que lia nos artigos, responder às questões que entretanto começava a ganhar confiança para fazer, mantinham-me motivada. O estágio terminou e surgiu a oportunidade para fazer o doutoramento no âmbito de um projecto Europeu que ia começar. Foi um grande passo, para o qual na altura achava que não estava preparada, mas a confiança do meu professor na minha capacidade de trabalho motivaram-me e iniciei um novo capítulo na minha aventura.

No doutoramento estudei como alterações ambientais afectam o funcionamento do ecossistema, mais precisamente a decomposição de detritos vegetais, processo que permite a reciclagem de nutrientes pela sua incorporação da cadeia alimentar aquática. Durante o primeiro ano e meio trabalhei a tempo inteiro com um investigador estrangeiro que me introduziu no tema, e que colocou à prova os meus conhecimentos de Inglês, que eram muito precários em resultado das aulas pouco práticas que tinha tido no ensino secundário. Apesar de ter ficado com um sotaque russo quando falo Inglês, segundo me dizem, hoje falo e escrevo em Inglês sem dificuldade, o que é essencial para uma comunicação eficaz no meio científico internacional. Quando somos pressionadas nas nossas capacidades, descobrimos frequentemente que somos capazes de fazer mais do que imaginávamos…

O doutoramento decorreu a um ritmo alucinante com várias experiências a decorrer em simultâneo, algumas bastante exigentes com aquela em que aumentámos experimentalmente a concentração de nutrientes ao longo de um ribeiro para determinar qual a concentração mínima que provocava uma alteração na velocidade a que os detritos vegetais eram decompostos e que implicava que todas as semanas tivéssemos que recarregar garrafões de solução nutritiva encosta acima até ao ponto do enriquecimento (nota: o ecossistema recuperou totalmente assim que terminámos a adição de nutrientes!), ou aquela outra em que estudámos 20 ribeiros distribuídos pelas Serras da Lousã e do Caramulo para avaliar o efeito do aumento dos nutrientes na água devido a campos agrícolas ou da presença de eucaliptal na decomposição de detritos e que implicava que nos dias de amostragem tivéssemos que sair do laboratório às 5h da madrugada para conseguirmos visitar todos os ribeiros, sendo que nos últimos já tínhamos que usar os faróis da carrinha para conseguirmos trabalhar. Sem que eu desse conta, o doutoramento terminou… e iniciou-se a fase seguinte da minha carreira científica – os pós-doutoramentos.

Em trabalho de campo na Serra do Caramulo.

Nos pós-doutoramentos, dois consecutivos, tive oportunidade trabalhar em laboratórios estrangeiros e de colaborar com investigadores que eu admirava e com quem considerava que podia aprender coisas novas. Essas experiências foram muito gratificantes, tanto a nível científico quanto pessoal. A nível científico permitiram-me aprender novas técnicas como a meta-análise que permite compilar dados da literatura para testar novas hipóteses, realizar experiências inéditas como quando testei cenários futuros de nutrientes e de temperatura na actividade dos decompositores aquáticos em laboratório, e desenvolver a minha rede de contactos. A nível pessoal deram-me a oportunidade de experimentar a vida no estrangeiro e conhecer outras maneiras de fazer as coisas. Na verdade, esta possibilidade de viajar é um extra fantástico desta profissão de cientista! Nesta fase coordenei também um projecto que decorreu nos Açores para avaliar como funcionam os ribeiros insulares já que lá há poucos organismos especializados no consumo dos detritos vegetais. Descobrimos que nestes ribeiros, a reciclagem de nutrientes é mediada essencialmente por fungos aquáticos. Na fase de pós-doutoramento surgem também oportunidades de colaboração e responsabilidades que não existiam antes. Por exemplo, surgem convites para colaborações, trabalho editorial e palestras, há alunos para orientar, há projectos para escrever e coordenar… O tempo disponível para dedicar às actividades laboratoriais diminui, mas descobrimos que estes outros desafios são igualmente estimulantes. De facto, a diversidade de actividades a realizar raramente permitem momentos de tédio…

Em trabalho de campo na Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil, acompanhada
por membros da equipa brasileira. Sou a 2ª a contar da direita.

Aos pós-doutoramentos seguiram-se os contratos como investigadora auxiliar na Universidade de Coimbra. Durante o primeiro coordenei um projecto para investigar o efeito das invasões das florestas de carvalhos e castanheiros por mimosas e acácias nos ribeiros do centro de Portugal. Descobrimos que as invasões alteram as características dos detritos vegetais que entram nos ribeiros e aumentam a concentração de azoto na água, o que afectam as comunidades e os processos aquáticos. No segundo contrato que iniciei há pouco mais de um ano tenho como principal objectivo compilar de modo sistemáticos a literatura existente sobre os efeitos de alterações ambientais nos ribeiros para melhor informar a sua gestão.

Se quiserem mergulhar na vida e no funcionamento dos pequenos ribeiros, juntem-se a mim no dia 23 de Outubro no evento da Soapbox.

Em palestra no Museu da Água, Coimbra.

 

Autora:

Verónica Ferreira realizou o doutoramento em Biologia (especialidade: Ecologia) na Universidade de Coimbra, no âmbito de um projecto europeu que pretendia avaliar a resposta dos ribeiros de floresta ao aumento da concentração de nutrientes na água decorrente da actividade agrícola e à alteração da floresta. Após terminar o doutoramento em 2007, realizou um pós-doutoramento (2007–2012) na Universidade de Coimbra e no CNRS–Centre Nacional de la Recherche Scientifique  (Toulouse, França), durante o qual estudou os efeitos do aumento da temperatura da água, individualmente e em combinação com outros factores, nas comunidades e processos aquáticos. Seguiu-se um segundo pós-doutoramento (2012–2015) na Universidade de Coimbra e na Royal Holloway University of London, durante o qual aplicou técnicas meta-analíticas para compilar a vasta literatura existente e avaliar os efeitos de alterações ambientais de origem humana no funcionamento dos ribeiros. Em 2015, iniciou um contrato de investigadora auxiliar na Universidade de Coimbra (2015–2020) com o objectivo de avaliar a resposta dos ribeiros no centro de Portugal à invasão da floresta nativa por mimosas e acácias. Verónica Ferreira iniciou recentemente um segundo contrato como investigadora auxiliar na Universidade de Coimbra (2020–) com o objectivo de compilar a literatura existente sobre o efeito de alterações ambientais nos ribeiros de modo a informar gestores e decisores. Ao longo do seu percurso, tem também trabalhado em ribeiros insulares (Açores) e tropicais (Brasil) e colaborado em estudos à escala global. Dedica também tempo à comunicação de ciência. 

 

 

Organização:

Email: soapboxscience.lisbon@gmail.com

Twitter

Instagram

Facebook

LinkedIn

Em colaboração com:

 

 

 

This article is part of a series of articles prepared by the speakers at the Soapbox Science Lisbon event. The second edition of Soapbox Science Lisbon, to promote women in science, will happen on 23rd of October 2021. Save the date!

 

Diving in streams

By Verónica Ferreira

Streams, those small water lines that flow at the bottom of the valleys… They are small, but they are many and together they represent the largest extension of water lines in a hydrographic basin. Because they are at the bottom of the valleys, they are sensitive to everything that happens around them. Environmental changes affect aquatic communities and processes, which can limit the ability of streams to provide services such as good quality water. When environmental changes affect a large number of these streams, this can have repercussions downstream, in large rivers and coastal areas. I’ve been studying streams for 20 years, and I invite everyone to come and dive in these ecosystems that are real hot spots of diversity and activity!

In fieldwork in São Miguel Island, Azores.

Hi,

I’m Veronica, and I’m a Scientist! More specifically, I am a Biologist because I study the living world (biosphere), but I don’t study all aspects of the entire living world! The world I dedicate myself to is that of streams – yes, they are small, but they constitute the majority of water lines in a hydrographic basin and what happens there has an impact on what happens downstream, in large rivers and in coastal areas. In streams, I study aquatic communities and processes, how they react to environmental changes and how they relate to each other. Thus, we can say more specifically that I’m a Limnologist (studying freshwater systems) who studies stream communities and processes, or that I’m an Ecologist (studying living beings, their relationships with each other and with the environment that surrounds them) who studies streams. Yes, it’s not always easy to categorize who we are…

For as long as I can remember, I have wanted to contribute to the discovery and protection of the natural world. When we were kids, my sister and I used to spend our summer vacations in the hills and woods surrounding the village where we grew up in the West region of the country. This contact with nature, and the National Geographic and BBC documentaries that were shown on public television about wildlife and the threats it faced, piqued my curiosity and concern about the natural world. Following Biology and Ecology were the obvious options. I took a Biology course at the University of Coimbra, which was only possible with a great effort from my father who, despite only having 4th grade and being a precarious worker in civil construction, always valued my studies and with great sacrifice assured me the means to attend the university course away from home.

The decision to study streams had, however, a different motivation… In the 3rd year of graduation I met the professor with whom I identified the most throughout the course and he studied streams, and so my adventure began… I did the internship year at the end of the course (which had a total duration of 5 years) as part of the freshwater ecology group and for the first time I felt I was in the right place. A project was starting to assess the environmental quality of the streams of the Mondego river basin based on benthic macroinvertebrates, those organisms that live in the sand and among the rocks and plant debris at the bottom of streams and that have different sensitivities to environmental changes. We spent the summer of 2001 sampling, followed by several months of sorting the organisms (i.e., separating the organisms from the debris) and identifying them at the microscope. It was amazing! Everything was new, the streams, the organisms, the methods. We made the first map depicting the ecological quality of the streams in the Mondego river basin! A map that was painted in green and blue (good and excellent ecological quality) in mountain areas where human occupation is low, and in yellow, orange and red (moderate to bad quality) in plain areas and where there are large population agglomerates. The eagerness to learn, practice what I read in the articles, answer the questions that I was beginning to gain confidence to ask, kept me motivated. The internship ended and the opportunity arose to do a PhD as part of a European project that was about to start. It was a big step, for which I didn’t think I was prepared at the time, but my professor’s confidence in my work capacity motivated me and I started a new chapter in my adventure.

In my PhD, I studied how environmental changes affect the functioning of streams, more precisely the decomposition of plant debris, a process that allows the recycling of nutrients through their incorporation into the aquatic food chain. During the first year and a half I worked full time with a foreign researcher who introduced me to the topic, and who put to the test my knowledge of English, which was very precarious as a result of the lessons I had taken in secondary school being mostly theoretical. Although I have a russian accent when I speak English, I am told, I now speak and write in English without problems, which is essential for an effective communication in the international scientific arena. When we are pushed on our abilities, we often find that we are capable of doing more than we thought…

The PhD took place at a crazy pace with several experiments occurring simultaneously, some quite demanding as the one in which we experimentally increased the concentration of nutrients along a stream to determine the minimum concentration that caused a change in the rate at which plant debris were decomposed and which meant that every week we had to carry big bottles of nutrient solution up the hill to the point of enrichment (note: the ecosystem fully recovered as soon as we stopped adding nutrients!), or that other one in which we studied 20 streams distributed by Lousã and Caramulo mountains to assess the effect of increased nutrients in the water from agricultural fields or the presence of eucalyptus plantations in the decomposition of plant debris, which meant that on sampling days we had to leave the laboratory at 5 am to be able to visit all the streams, being that in the last streams we had to use the van’s headlights to be able to work. Without me realizing it, the PhD ended… and the next phase of my scientific career began – post-docs.

In field work in Caramulo mountain, central Portugal.

In my post-docs, two in a row, I had the opportunity to work in foreign laboratories and to collaborate with researchers I admired and with whom I thought I could learn new things. These experiences were very rewarding, both at the scientific and personal levels. At the scientific level, they allowed me to learn new techniques such as meta-analysis which allows me to compile data from the literature to test new hypotheses, to carry out novel experiments such as when I tested future nutrient and temperature scenarios in the activity of aquatic decomposers in the laboratory, and to develop my own network of contacts. At the personal level, they gave me the opportunity to experience life abroad and learn about other ways of doing things. In fact, this ability to travel is a fantastic extra to being a scientist! At this stage I also coordinated a project that took place in the Azores to assess how the insular streams work, since there are few organisms specialized in the consumption of plant debris. We found that in these streams, nutrient recycling is essentially mediated by aquatic fungi. In the post-doctoral phase, there are also opportunities for collaboration and responsibilities that did not exist before. For example, there are invitations for collaborations, editorial work and lectures, there are students to mentor, there are projects to write and coordinate… The time available for laboratory activities decreases, but we realize that these other challenges are equally stimulating. In fact, the diversity of activities to be carried out rarely allows for dull moments…

In fieldwork in Serra do Cipó, Minas Gerais, Brazil, accompanied
by members of the Brazilian team. I’m 2nd from the right.

Post-docs were followed by contracts as an assistant researcher at the University of Coimbra. During the 1st, I coordinated a project to investigate the effect of the invasions of oak and chestnut forests by acacia species on streams in central Portugal. We found that invasions alter the characteristics of the plant debris entering streams and increase the concentration of nitrogen in the water, which have consequences on aquatic communities and processes. In the 2nd contract I started a little over a year ago, my main objective is to systematically compile the existing literature on the effects of environmental changes on streams to better inform their management.

If you want to dive in the life and functioning of streams, join me on October 23 at the Soapbox event.

Giving a talk for people curious about streams at the Water Museum,
Coimbra, central Portugal.

 

Author:

Verónica Ferreira did her PhD in Biology (specialty: Ecology) at the University of Coimbra, integrated in an European project that aimed to assess the response of forest streams to increases in nutrients concentrations in the water resulting from agricultural activity and to forest changes. After finishing her PhD in 2007, she undertook post-doctoral research (2007–2012) at the University of Coimbra and at the CNRS–Centre Nacional de la Recherche Scientifique (Toulouse, France), during which she studied the effects of increasing water temperature, individually and in combination with other factors, on aquatic communities and processes. This was followed by a 2nd post-doc (2012–2015) at the University of Coimbra and the Royal Holloway University of London (UK), during which she applied meta-analytic techniques to compile the vast existing literature and assess the effects of human-induced environmental changes on stream functioning. In 2015, she started a contract as an assistant researcher at the University of Coimbra (2015–2020) with the aim of evaluating the response of streams in central Portugal to the invasion of the native forests by acacia species. Verónica Ferreira has recently started a 2nd contract as an assistant researcher at the University of Coimbra (2020–) with the aim of compiling existing literature on the effect of environmental changes on streams in order to inform managers and decision-makers. Along her path, she has also worked in insular (Azores) and tropical (Brazil) streams and collaborated in studies on a global scale. She also devotes time to science communication.

 

 

 

Organizers:

Email: soapboxscience.lisbon@gmail.com

Twitter

Instagram

Facebook

LinkedIn

In collaboration with:

 

 

 

 

Classificação dos leitores
[Total: 0 Média: 0]