Astrónomos chineses descobrem 591 estrelas de alta velocidade com a ajuda do LAMOST e do Gaia

Astrónomos chineses descobrem 591 estrelas de alta velocidade com a ajuda do LAMOST e do Gaia

Uma equipa de investigadores, liderada por astrónomos do NAOC (National Astronomical Observatories of Chinese Academy of Sciences), descobriu 591 estrelas de alta velocidade, 43 das quais podem até escapar-se da Via Láctea. A descoberta teve por base dados do telescópio LAMOST (Large Sky Area Multi-Object Fiber Spectroscopic Telescope) e do Gaia. O estudo foi publicado online, na revista The Astrophysical Journal Supplement Series, a 17 de dezembro de 2020.

Após a descoberta, em 2005, da primeira estrela de alta velocidade, foram descobertas em 15 anos, e com vários telescópios, mais de 550 novas estrelas deste tipo. “As 591 estrelas de alta velocidade descobertas desta vez duplicam o número previamente obtido, elevando o total para um valor superior a 1000,” disse a Dra. LI Yinbi, principal autora do estudo.

As estrelas de alta velocidade são estrelas que se movem muito depressa, podendo até escapar-se da Galáxia.

“Embora sejam raras na Via Láctea, as estrelas de alta velocidade, com uma cinemática ímpar, podem ajudar a aprofundar conhecimentos numa ampla gama de campos da ciência Galáctica, desde o supermassivo buraco negro central até ao distante halo galáctico,” disse o Professor LU Youjun, do NAOC, coautor deste artigo.

O LAMOST, o maior telescópio óptico da China, tem a maior taxa de aquisição espectral do mundo e pode observar cerca de 4000 alvos celestes numa única exposição. Começou a realizar levantamentos regulares em 2012 e criou a maior base de dados espectrais do mundo.

O Gaia é uma missão espacial do programa de ciências da Agência Espacial Europeia (ESA), lançado em 2013. Obteve parâmetros astrométricos para mais de 1,3 mil milhões de fontes, o que constitui a maior base de dados de parâmetros astrométricos.

“As duas grandes bases de dados ofereceram-nos uma oportunidade sem precedentes de descobrir mais estrelas de alta velocidade, e foi o que fizemos,” disse o Professor LUO Ali, do NAOC, também coautor do estudo.

Com base na cinemática e na química, a equipa descobriu que as 591 estrelas de alta velocidade eram estrelas do halo interno. “As suas baixas metalicidades indicam que a maior parte do halo estelar se formou como consequência da acreção e perturbação de maré de galáxias anãs,” disse o Professor ZHAO Gang, do NAOC, coautor do estudo.

A descoberta destas estrelas de alta velocidade mostra-nos que, no futuro, a combinação de vários grandes levantamentos irá ajudar-nos a descobrir mais estrelas deste tipo, bem como outras estrelas raras, que serão usadas para estudar mistérios não resolvidos na Via Láctea.

Fonte da notícia: Chinese Academy of Sciences

Tradução: Teresa Direitinho

Chinese Astronomers Discover 591 High-velocity Stars with LAMOST and Gaia

A research team, led by astronomers from National Astronomical Observatories of Chinese Academy of Sciences (NAOC), has discovered 591 high-velocity stars based on data from the Large Sky Area Multi-Object Fiber Spectroscopic Telescope (LAMOST) and Gaia, and 43 of them can even escape from the Galaxy. The study was published online in The Astrophysical Journal Supplement Series on Dec. 17.

After the first high-velocity star was discovered in 2005, over 550 ones have been discovered with multiple telescopes in 15 years. “The 591 high-velocity stars discovered this time doubled the total number previously discovered, bringing the current total number exceeding 1,000,” said Dr. LI Yinbi, lead author of the study. […] Read the original article at the Chinese Academy of Sciences website.