Já ouviste falar em jatos estelares? São uma consequência natural da formação de estrelas. Os astrónomos acreditam que são provocados pela interação entre os campos magnéticos de estrelas jovens em rotação e os discos de gás que as rodeiam. Esta interação resulta em enormes jatos de gás ionizado lançados em direções opostas – tal como se vê na imagem.

Jatos estelares a serpentear. Crédito da imagem: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA. Agradecimentos: Processamento de imagem: T.A. Rector (University of Alaska Anchorage/NSF’s NOIRLab), M. Zamani (NSF’s NOIRLab) & D. de Martin (NSF’s NOIRLab) PI: L. Ferrero (Universidad Nacional de Córdoba).

Esta incrível imagem foi obtida por uma equipa de astrónomos usando o telescópio Gemini Sul, situado nos Andes chilenos. O jato, designado por MHO 2147, fica entre as constelações de Sagitário e Ofiúco e está a cerca de 10 mil anos-luz da Terra.

A forma de um jato estelar depende muito das estrelas que lhe dão origem. No caso de MHO 2147, a sua “estrela mãe”, IRAS 17527-2439, está demasiado obscurecida para a podermos ver, pois encontra-se escondida atrás de uma nuvem escura infravermelha – uma região fria, cheia de gás denso, que não é particularmente luminosa em comprimentos de onda infravermelhos.

A forma de MHO 2147 faz lembrar um rio porque a direção do jato mudou ao longo do tempo, e a sua configuração, semelhante a um “S”, deve-se às contínuas emissões de luz da estrela central. A mudança de direção do jato pode também resultar da influência gravitacional de estrelas próximas da estrela central IRAS 17527-2439.

Em suma, IRAS 17527-2439 poderá fazer parte de um sistema estelar triplo em que as estrelas distam entre si mais de 300 mil milhões de quilómetros!

 

Facto Curioso:

Para obter esta imagem, os astrónomos usaram o instrumento de ótica adaptativa GSAOI (Gemini South Adaptive Optics Imager). A ótica adaptativa é uma técnica de astronomia que compensa a turbulência atmosférica que desfoca as estrelas e as faz e cintilar, de modo a podermos obter imagens mais nítidas. Este vídeo (em inglês) mostra-te como funciona.

 

Este Space Scoop tem por base um Comunicado de Imprensa NOIRLab.

Tradução: Teresa Direitinho

Space Scoop original (em inglês)

 Versão portuguesa no Space Scoop

 

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