Sometimes as an antidote
To fear of death,
I eat the stars.

É fácil encontrar espiritualidade e poesia no Universo. Ora, é só ir até um lugar escuro, numa noite límpida, e olhar para cima. O espectáculo é gratuito, magnífico, enche-nos a alma. E pronto. Temos a nossa dose de tranquilidade, facilmente, sem esforço. Depois, podemos esquecer isso tudo e voltar à luta diária, sem perceber que essa luta para passarmos à frente dos outros é uma idiotice.

Mas há muito mais poesia: nas nossas mentes, nos esforços que fazemos para compreender o Universo, nas ligações que fazemos entre as palavras e os sonhos. Em nós, que somos apenas fragmentos desse Universo. Nem todos têm muito jeito com as palavras, mas há muitos e muitas que o têm. E que mesmo partindo cedo nos deixam para sempre parte de si. Talvez a mais significativa.

Há muito lixo a circular, no ar, nos oceanos, na internet. Mas por vezes encontram-se pérolas. Como este site. Fui lá parar por causa de Dylan Thomas e de um dos seus mais conhecidos poemas, Do not go gently into that good night. Nada (aliás, tudo) a ver com estrelas, planetas, as negras profundezas de um Universo cheio de luz. Mas depois, sem perceber bem como ou porquê, já eu estava noutra página, a ler um fascinante poema de outra pessoa: Rebecca Elson. Falecida em 1999, aos 39 anos de idade, era uma astrónoma que sabia bem o que a esperava, e que sabia também como traduzir o que sentia e vivia em palavras que ressoam dentro de nós.  (Uma nota: não gosto particularmente da leitura feita no filme no site; mas nada impede que cada um de nós leia um poema como o sente e acha que deve ser…)

(…) whatever left these husks
flew off on bright wings

Fiquei também a saber que no dia 25 de Abril decorreu mais uma edição do The Universe in Verse, uma celebração do Universo e do que nós, seres humanos, fazemos nele. Tarde demais para assistir (foi uma edição virtual), mas ainda a tempo de apanhar o que dela ficou gravado.

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