Sessenta  e um anos depois do começo da Era Espacial, vários países e organizações apostam na exploração do Sistema Solar e do Universo. Nem todos da mesma forma ou com o mesmo poder económico, uns já com pergaminhos, outros a dar os primeiros passos, mais ou menos titubeantes.

O que significa realmente explorar o espaço? Tomemos o caso de Portugal. Há uns anos criou-se o mito do primeiro satélite português, o famoso PoSat-1. Sejamos claros: de português, só o dinheiro que o pagou. E que adiou por algum tempo a entrada do país na ESA. Mas podemos dizer que Portugal, como membro da ESA, está de facto envolvido nesta grande aventura – há portugueses a trabalhar na ESA, em vários lugares técnicos, científicos ou de gestão. Não há ainda um astronauta português, mas nada impede os portugueses de se candidatarem quando abrir nova oportunidade. E agora, finalmente, está a ser criado um satélite português, em Portugal,

Neste momento, em todo o mundo, existem 72 agências espaciais governamentais (de acordo com a Wikipedia). A larga maioria limita-se a operar satélites (muitas das vezes comprados a outros), poucas são capazes de proceder aos seus próprios lançamentos, menos ainda possuem sondas interplanetárias. Mas esse número cresce.

Americanos, russos, europeus, japoneses e indianos têm as suas missões a Marte (os chineses ainda não, os seus passos são lentos e deliberados…). Outro actor se prepara para entrar para esta lista: os Emiratos Árabes Unidos. Não têm uma história longa na actividade espacial. Na realidade, preparam-se para lançar o primeiro satélite de construção autónoma, o KhalifaSat – com a ajuda de um foguetão japonês. Ainda assim, em 2020 contam lançar a sonda Hope (ou Al-Amal) para uma missão a Marte. A sonda entrará em órbita em 2021, ano em que os Emiratos cumprem 50 anos de existência, e terá a bordo instrumentos para observar continuamente a atmosfera do planeta vermelho. Esperemos que tenha sucesso.

Mas os planos espaciais dos EAU não ficam por aqui. Estão também a constituir um corpo de astronautas – dos milhares de candidatos iniciais ficaram nove, que estiveram na Rússia para uma série de testes finais, e dois foram escolhidos. Um deles voará até à ISS em Abril de 2019.

Por fim, mantêm o sonho de erigir uma cidade-colónia em Marte até 2117. Para já, está em construção no Dubai uma série de cúpulas onde serão instalados laboratórios, museu e centro de divulgação – como um primeiro ensaio para as formas e estuturas que um dia, talvez, se ergam em Marte.

Os planos são ambiciosos, e podem mesmo provocar alguns sorrisos. Mas a verdade é que no Dubai se trabalha para os tornar realidade – sem esquecer a aposta na educação das novas gerações, nomeadamente com a realização de space camps, onde jovens estudantes têm a oportunidade de aprender e experimentar vários temas ligados ao espaço.

Afinal de contas, muitas estrelas têm nomes de origem árabe – nada de extraordinário que os descendentes dos grandes nomes da ciência islâmica almejem voltar a ocupar um lugar no firmamento do conhecimento humano.

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