Uma equipa internacional de astrónomos descobriu um novo tipo de explosão numa galáxia distante. O evento, que recebeu o nome de PS1-10adi, é a mais forte explosão descoberta em galáxias ativas que abrigam buracos negros supermassivos que consomem o gás e a matéria que os rodeia.

Buraco negro supermassivo - ilustração.
Ilustração de um buraco negro supermassivo. Crédito: University of Southampton.

Com a ajuda de telescópios situados em La Palma e no Havai, a equipa detetou uma explosão tão energética que deverá ter tido origem numa destas duas fontes: ou numa estrela extremamente massiva – com várias centenas de vezes a massa do Sol – que explodiu como uma supernova, ou então numa estrela de massa inferior que foi destruída pelas forças gravitacionais fortíssimas próximas ao buraco negro supermassivo.

A explosão – detalhada num estudo publicado na Nature Astronomy – terá ocorrido há 2,4 mil milhões de anos, mas como a luz do evento teve que percorrer uma enorme distância até chegar à Terra não foi observada pelos astrónomos antes de 2010. A lenta evolução da explosão permitiu que os cientistas a seguissem durante vários anos.

Cosimo Inserra, da Universidade de Southampton, esteve envolvido na análise de dados e ajudou a identificar os dois únicos cenários possíveis que poderão explicar o evento. Testou também os dados usando modelos físicos de supernova que pudessem confirmar os resultados.

“A descoberta que fizemos revelou explosões capazes de liberar quantidades de energia dez vezes superiores às das explosões normais. Os dados mostram que eventos como este não são muito invulgares e desafiam o nosso conhecimento sobre as estrelas que explodem. Ao mesmo tempo, fornecem-nos informações importantes sobre o ambiente extremo na parte central, oculta, das galáxias,” disse Cosimo Inserra.

Erkki Kankare, da Queen’s University de Belfast, principal autor do estudo, acrescentou: “se estas explosões forem eventos de rutura por forças de maré – que acontecem quando uma estrela se aproxima demasiado do horizonte de eventos de um buraco negro supermassivo e é destruída pelas fortes forças gravitacionais – então, tendo em conta as suas propriedades, estamos perante eventos de rutura por forças de maré de um tipo completamente novo. Por outro lado, se forem explosões de supernova, as suas propriedades são bem mais extremas do que as anteriormente observadas, e estarão provavelmente ligadas aos ambientes centrais das galáxias hospedeiras”.

A equipa internacional incluiu institutos de investigação da Finlândia, Suécia, Irlanda, Itália, Espanha, Chile e EUA.

Fonte da notícia: University of SouthamptonNature Astronomy.

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